sexta-feira, 2 de março de 2007

Amor

Estava sem idéias para escrever aqui. Vivi dias cheios e corridos sem tempo para quase nada, afora as obrigações do dia dia. Mas, hoje eu vi um filme lindo e recomendo: A Casa do Lago. Lindo pela beleza de sua plástica e, principalmente, pela simplicidade de suas mensagens. Nesse corre corre em que nos encontramos vamos deixando passar a beleza das coisas puras. Não somos mais capazes de apreciar uma refeição, engolimos. Não nos permitimos olhar o sol ao amanhecer, nem tão pouco se pôr; horas mágicas e momentos de extrema beleza. Nossos amores, se é que assim podemos chamar as relações atuais, tão incertas e cheias de desconfiança; essas não duram, não ficam e sempre estamos buscando... a tal felicidade.
Em homenagem ao amor que luta escondido em algum lugar, eu trago a vocês esta poesia de alguém que soube descrevê-lo com simplicidade e magia.

Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

http://www.viniciusdemoraes.com.br/

Um comentário:

Mônica Góes disse...

Este é um dos mesu sonetos prediletos... e você... está coberta de razão... sabe do mais? Apreciemos nós que sabemos apreciar... e deixemos quem não quiser, para trás...